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Top Pop Nasceu para isso 1

A gente vai começar uma série de Top´s sobre pessoas que nasceram para fazer um certo trabalho. Pode ser destino, pode ser acaso, mas o que importa é que elas vieram e fizeram muito sucesso.

O primeiro desses Top´s parte da idéia de que vários personagens estão aí há décadas tendo histórias publicadas e seus verdadeiros criadores há muito tempo nem dão palpite nos destinos das suas crias. Dessa forma o destino desses personagens e mesmo suas características básicas foram mudando tanto que muitas vezes nem sabemos ao certo quem é esse personagem.

Mas, de tempos em tempos, surge algum artista que trabalha tão bem um personagem que a gente começa a pensar como seria diferente a forma de se pensar aquele herói se esse artista não o fizesse do seu jeito. Assim a lista abaixo é em homenagem a esses caras que nasceram para mudar o personagem de outros:

 1- Garth Ennis: O Justiceiro sempre foi um personagem interessante, teve ótimas fases mesmo em épocas em que ele tinha um parceiro, o Microchip. Mas depois de um tempo a editora ficou sem saber o que fazer com ele e até transformá-lo em anjo fizeram. Por sorte, Ennis nasceu para reformular esse anti-herói. Ele pegou o espírito do personagem e soube trabalhá-lo como ninguém. Vale fazer uma ressalva de que ele teve uma liberdade que poucos tiveram antes, uma vez que quando ele assumiu o título estava surgindo o Selo Max com quadrinhos para adultos. Como dissémos, pode até ser destino, mas Garth Ennis nasceu para mudar o Justiceiro no momento que o personagem mais precisava.

2- Claudio Villa: Embora o TEX tenha nascido do lápis e do nanquim de Aurelio Galleppini, há um desenhista que demonstra por seu traço que nasceu para ser desenhista do ranger mais temido do oeste. Falamos de Claudio Villa, italiano, um dos grandes expoentes da nona arte européia e, por que não dizer, mundial. Além de capista oficial da série Tex, Villa conseguiu impor seu estilo, seu jeito, sua forma de ver o ranger, muito embora sem descaracterizar o personagem criado graficamente por Galep. Além de capista, desenhou várias aventuras, das quais poderíamos sem exagero dizer que cada quadro são como pinturas clássicas no claro e escuro, com destaque para a "O Retorno de Mefisto", o arquiinimigo de Tex.(*)

3- Michael B. Bendis: Esse merece o mérito de ter nascido para fazer não só um personagem, mas toda uma galeria de coadjuvantes que orbita em torno dele. Quando Bendis assumiu o Demolidor, ele era praticamente um desconhecido trabalhando com um personagem que estava em baixa desde que Frank Miller o tinha revolucionado anteriormente. De pouco em pouco, com diálogos afiados e tramas muito bem amarradas, o Demolidor foi virando uma das melhores revistas do mês, porque, junto com o herói ele fez todo um trabalho em torno do Rei do Crime, começando com a queda do vilão e construindo toda uma história até o retorno dele. Nesse meio tempo o roteirista aproveitou para fazer uma das melhores lutas de Murdock com o Mercenário. Até Luke Cage, que estava meio fora rumo foi reformulado no papel de guarda-costas de Murdock, com uma participação tão interessante que passaram a prestar atenção no personagem e ele ganhou fama o suficiente para virar um dos Vingadores.

4- John Buscema: Conan, o bárbaro, tem a sorte de contar com uma galeria de artistas muito bons que ofereceram aos leitores interpretações fantásticas da criação de Robert E. Howard. Mas o maior deles sem dúvida foi John Buscema, que desenhou as revistas em quadrinhos do Cimério para a Marvel nos anos 70. Sua versão combinava o que o de melhor havia em seus predecessores Frank Frazeta e Barry Windsor-Smith, fazendo de Conan uma figura ao mesmo tempo robusta e ágil, próprio de um personagem que já foi guerreiro, ladrão, pirata e rei. Além de desbancar um monte de super-heróis na preferência dos leitores, as histórias de Buscema com o bárbaro disputam o recorde de republicações no Brasil, chegando a várias gerações que puderam conhecer este clássico.

5- Neal Adams: No começo dos anos 70 a Era de Prata dos quadrinhos estava se encerrando e novos valores artísticos começavam a surgir. Neal Adams foi o principal responsável por trazer o estilo de desenho foto-realístico para os quadrinhos de super-herói e depois de passar pelas revistas dos X-Men e Vingadores na Marvel, ele foi para a DC e assumiu o título do Batman. O estilo realista caiu como uma luva para a retomada dos aspectos mais sombrios do Homem-Morcego que os roteiros de Denny O´Neil buscavam. Além disso, o suspense e o perigo se mostravam muito mais fortes do que na estética camp, chupada do seriado de televisão. Foi graças a Adams que Frank Miller e todos os outros autores seguintes dispuseram de um verdadeiro Cavaleiro das Trevas para cirar histórias.

 (*) Tópico enviado por Gervásio Santana de Freitas coordenador do excelente portal Texbr.

 

 
 

 

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