Top Pop Realidades Alternativas
Semana passada falamos de situações onde a realidade em que nossos heróis vivem foi alterada e, depois, de uma forma ou outra, acabou voltando a seu lugar. Mas como fica a história quando, em um exercício de criatividade, os roteiristas e editores começam a imaginar o que aconteceria se um evento tivesse sido diferente? Ao invés de um acidente cósmico a ser concertado para que o os heróis salvem o mundo mais uma vez, temos um cenário completamente novo, onde idéias completamente inusitadas podem ser desenvolvidas.
1- 1602 – É um tanto injusto com os outros membros dessa lista, já que se trata de uma história de Neil Gaiman, então não pode ser comparada nos padrões normais. Também tem o fato dela não ser exatamente um “o que aconteceria se” os super-heróis da Marvel surgissem na época dos descobrimentos. 1602 trata de uma anomalia no tempo criada pela viagem involuntária do Capitão América ao passado para resgatar uma arma. Quando ele faz isso, desencadeia uma série de eventos que levam ao surgimento dos heróis que conhecemos muito antes do previsto. O interessante é que, no final de tudo, a minissérie acaba se transformando em mais uma realidade alternativa e é guardada como uma jóia na estante do Vigia.
2- Terra 2 – Grant Morrison pegou o que já era um dos conceitos mais legais dentro do multiverso da DC e o deixou ainda melhor nesta minissérie. Um universo paralelo, composto por anti-matéria, onde tudo é o oposto do que conhecemos no nosso mundo. Lá, Lois Lane é a Super-Mulher, Batman é o maior inimigo da polícia de Gotham e o único herói é Lex Luthor. Naquele universo, o mau sempre vence, não importa o quanto se tente, esta é a lei natural mais forte que tudo. Graças à genialidade de Morrison, tanto a Liga da Justiça quanto o Sindicato do Crime aprenderam que não poderiam ter sucesso ao tentar um mundo ao qual não pertencem.
3- Marvel Millennium - Essa é outro exemplo de realidade alternativa funcional e que pode ser explorada tão ou mais infinitamente quanto qualquer realidade normal. A proposta inicial poderia ser considerada pelos fãs mais antigos como algo desnecessário. Recontar a história dos personagens da Marvel como se eles tivessem surgido nos dias de hoje (quer dizer, de sete anos atrás), atualizar suas origens que remontam às décadas de 60 e 70. Felizmente, devido a uma equipe criativa excepcional, a linha Ultimate (como é conhecida nos EUA) foi um grande sucesso, não só dando origens mais interessantes, realistas e atuais aos personagens, como desenvolvendo conceitos totalmente novos, como foi feito em Os Supremos, com uma versão não tão heróica dos Vingadores.
4- Entre a Foice e o Martelo – Se na linha Ultimate Mark Millar mostra que é preciso superar alguns elementos das origens de heróis clássicos, nesta minissérie da linha Elseworlds (Túnel do Tempo) da DC ele mostrou que também existem coisas para serem preservadas e reverenciadas. A premissa é simples: e se, por acaso, o foguete que trouxe o Superman à Terra caísse na União Soviética nos tempos de Stalin e não nos Estados Unidos? Além de mostrar como este personagem seria importante para o mundo em qualquer situação, faz uma verdadeira ode ao personagem, apresentando um herói da humanidade, independente de sua nacionalidade.
5- Liga da Justiça – O Prego – Mais um exercício de imaginação sobre a importância do Superman para o mundo – na verdade, ele influenciou muitas histórias deste tipo nos últimos anos. Nesta minissérie, ele simplesmente não se torna o super-herói que inspirou todos os demais. Durante uma crise, todos os heróis se tornam um pouco mais sombrios sem a influência do Superman e aí reside seu ponto fraco. Mas em meio a tudo isso, ainda podemos ver um outro ícone da DC se mostrar um verdadeiro herói. Barry Allen, o Flash, se mostra o mais sensível de todos os membros da Liga e tenta agir de forma mais equilibrada.