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Coluna HQ

Por (*)

EDIÇÃO 05/2007 – MAIO DE 2007

NARUTO É O NOVO TÍTULO DE MANGÁ DA PANINI

Um dos títulos de mangá mais famosos da atualidade acaba de chegar ao Brasil. Trata-se do megassucesso Naruto, que conta as aventuras de um garoto ninja que tem como objetivo ser o maior guerreiro do mundo e, assim, tornar-se o Hokage de sua vila, sendo então alguém muito respeitado e admirado por todos. Mas, na busca deste objetivo, o jovem enfrenta as mais diversas situações, bem como se mete em diversas confusões, uma vez que ele não é lá o cara mais esperto do mundo.

O lançamento é da Panini Comics, cujo primeiro número da história chega às bancas e comic shops nacionais este mês. No Japão, a série teve início em 1999, sendo publicada semanalmente na revista Shonen Jump. Criado por Masashi Kishimoto, sua série de ninjas, onde fez uma mescla de Japão medieval e tempos atuais, conquistou os leitores japoneses, ganhando sua série animada já em 2000. A série de TV de Naruto já aportou no Brasil no início deste ano, pelo canal pago Cartoon Network, e ainda não tem previsão de ser exibido na TV aberta.

A série animada de Naruto rendeu nada menos do que 220 episódios, além de 3 longa-metragens para cinema, estes últimos inéditos por aqui. Da série de TV, foram exibidos apenas os 52 primeiros episódios; um novo lote de aventuras deve estrear ainda este ano, com sorte. Como a série de mangá continua em alta no Japão, Naruto ganhou uma nova série, Naruto Shipuuden, que dá seqüência às aventuras do jovem Naruto, agora adolescente, e seus companheiros no desafio de se tornarem os mais fortes guerreiros ninjas.

O lançamento da Panini é no formato tankohon, 13,7 cm x 20 cm, com cerca de 192 páginas, periodicidade mensal, e preço de R$ 9,90. No Japão a série já passou de 35 volumes encadernados, o que garante a periodicidade do mangá em terras nacionais pelos próximos 3 anos, no mínimo. E, para facilitar a vida do leitor, a editora está disponibilizando a assinatura do mangá, em duas opções: 12 ou 24 edições. Ou seja, basta escolher, e o leitor praticamente garante o seu exemplar por um ano ou dois.

Quem optar por um ano pagará 6 parcelas de R$ 19,80. Já quem fizer a assinatura por dois anos, o preço fica também em 6 parcelas, de R$ 35,40. São cerca de 10% de desconto sobre o preço de banca na assinatura de 2 anos, além da comodidade de receber o exemplar em casa. E, ainda tem mais: o leitor, ao efetuar a assinatura, ganhará um “box” para acomodar os exemplares que desejar receber. Se for um ano de assinatura, ganhará um “box”; se forem dois anos, serão dois “boxes”, onde poderá acomodar sua coleção de forma mais personalizada.

O sistema não é exatamente novidade, pois a editora JBC há pouco também adotou o sistema de assinatura para outro de seus recém-lançados títulos nipônicos: Fullmetal Alchemist. Trata-se de mais um lance da competição das editoras pelos leitores nacionais dos quadrinhos japoneses, que terão à disposição maiores facilidades de acompanhar duas das mais famosas séries de mangá atualmente em publicação no Japão e que vem fazendo sucesso no mundo inteiro. A disputa está lançada, e quem ganha é o leitor.

HOMEM-ARANHA GANHA EDIÇÕES ESPECIAIS

Na esteira do filme do escalador de paredes mais famoso do mundo, a Panini Comics está lançado uma série de edições especiais com algumas das mais conhecidas aventuras já vividas pelo personagem. A série de especiais, aliás, tem o nome nada singelo de “Homem-Aranha – Grandes Desafios” e trará, a cada volume, uma saga completa do personagem, que tenha marcado a época de sua publicação. No primeiro volume, que acaba de chegar às bancas, nosso amigão da vizinhança depara-se com nada menos do que uma das piores ameaças que enfrentou no fim dos anos 1980, início dos anos 1990: Venon.

Além da história em si, o volume ainda traz de brinde uma edição fac-simile da primeira história do aracnídeo com o uniforme negro, logo após o seu retorno do evento Guerras Secretas (Amazing Spider-Man 252, de 1984), onde Peter Parker adquiriu a peça, que imaginava ser apenas uma roupa ultrassofisticada, com habilidades incomuns, e não um simbionte alienígena, que após ser rejeitado pelo herói, uniu-se ao repórter frustrado Eddie Brock para formar um dos piores pesadelos que o Aranha já teve de enfrentar em sua longa carreira heróica.

Nos números seguintes da coleção, serão abordadas as tramas “Tormento”, “A Ameaça do Duende”, “A Saga Original do Clone” e o “Segredo de Peter Parker”. Serão 6 edições no total, de acordo com a editora, todas acompanhadas de uma edição fac-simile, com uma história interessante para o desenrolar da trama principal abordada. O primeiro volume, inclusive, está com preço promocional pela editora: de R$ 18,90 por R$ 14,90. O lançamento é em formato americano, com cerca de 114 páginas, a cores. A edição fac-simile também é colorida com aproximadamente 30 páginas.

Este mês serão lançadas praticamente 3 volumes, ficando os demais programados para serem lançados em junho e julho. Segundo a editora, todas as edições terão distribuição nacional. Já os preços serão variados, de acordo com o número de páginas que cada volume ocupar, uma vez que as histórias variam em número.

Uma boa oportunidade para os leitores mais novos conhecerem algumas histórias antológicas do Aranha, e para os mais antigos, a oportunidade de rever estas histórias, vistas por aqui na fase da Editora Abril, editora anterior à Panini dos personagens da Marvel no Brasil. Até o momento do fechamento desta coluna, a única dúvida era se a Panini iria lançar a quadrinização do terceiro filme do Homem-Aranha, que não está nos checklists de títulos da editora, como outra edição especial para o Aranha. De qualquer modo, os lançamentos anunciados já devem fazer a alegria dos fãs...

DEVIR RELANÇA “TARTARUGAS NINJAS”

COWABUNGA!!! O mais alucinado grupo de super-heróis ninjas mutantes do pedaço está de volta aos quadrinhos nacionais. Trata-se do megassucesso cult AS TARTARUGAS NINJAS, que aqui ficou mais conhecido pelo desenho animado baseado nos longa-metragens de cinema exibidos na década passada. Mais um fenômeno cultural dos anos 1980, as TARTARUGAS NINJA mostravam as aventuras de quatro tartarugas mutantes que, treinadas nas artes ninjas, enfrentam as forças do mal nas ruas, ou melhor, esgotos da cidade de Nova Iorque. Leonardo, Michellangelo, Donatello e Rafael, como são chamados, tiveram seus nomes dados por Splinter, um rato mutante perito em artes marciais, inspirados nos artistas da renascença cultural européia.

Mas poucos se lembram que eles surgiram nos quadrinhos, criados por uma dupla de artistas como uma simples brincadeira de fãs de quadrinhos que eram. Após conseguirem publicar as histórias, o sucesso foi meteórico: conseguiram conquistar fãs no mundo inteiro. Daí vieram os desenhos animados, filmes no cinema, videogames, brinquedos e tudo o mais que se possa imaginar.

E são as primeiras aventuras vividas por este personagem que a Devir está lançando AS TARTARUGAS NINJAS – VOLUME 1: A Primeira aventura, que mostra como tudo começou, e como um acidente com um material radioativo mudou as vidas de quatro tartaruguinhas numa loja e de um rato que vivia com um mestre de artes marciais.

Tudo isso graças ao talento de Kevin Eastman e Peter Laird, que aproveitaram para encher as histórias de referências a quadrinhos famosos, séries de TV e filmes que deixaram sua marca nos cultuados anos 80. É diversão para todas as idades e as histórias deste primeiro volume trazem o que há de melhor em ação e humor para quem está em busca de diversão! Algo para os leitores nacionais poderem conferir e rever, finalmente.

Estes quadrinhos já foram publicados por aqui uma vez, em uma edição solitária publicada pela Nova Sampa editora na década passada. E ficou nisso. Quem quisesse acompanhar as aventuras, só importando os quadrinhos americanos, ou se contentando com as produções de cinema ou TV. Ao todo, Leonardo, Rafael, Donatello, Michellangello & cia. tiveram 3 séries de TV (duas em animação e uma em live-action), e 3 longa-metragens para cinema, sem contar o novo filme que está estreando.

Agora, é torcer para que este retorno das Tartarugas mais comedoras de pizza do pedaço seja duradouro, e que venham mais edições por aí. TARTARUGAS NINJA - Volume 1: A PRIMEIRA AVENTURA, vem no formato 16,5 cm X 24,0 cm, com 264 páginas, arte em preto-e-branco, em papel off-set 75g, com a história e arte de Kevin Eastman e Peter Laird. O preço é de R$ 32,00. Mas é necessário um aviso: esqueçam o clima de bom-mocismo visto nos filmes e desenhos. Aqui, as tartarugas batem pesado mesmo, se isso se mostrar necessário. Mas nada que impeça alguém de curtir a publicação como se deve. Força de Tartaruga!!!

JORNADA NAS ESTRELAS CLÁSSICA NOS QUADRINHOS DA IDW

“O espaço...A fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de 5 anos para explorar novos mundos, novas formas de vida, novas civilizações...audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.” Com esta frase, dita no início de cada episódio, começava uma das séries mais famosas de ficção científica da TV mundial: Jornada nas Estrelas. Pois bem, e eis que sua missão “original” estava, afinal, incompleta, pois a série de TV foi cancelada após 3 temporadas. Resumindo, faltaram “mostrar” os dois anos restantes da missão da nave da Federação sob comando do capitão James T. Kirk.

Faltava. A IDW Publishing, que adquiriu há meses atrás a licença para editar os novos quadrinhos da franquia de Star Trek, acaba de anunciar o seu mais novo projeto de Jornada: Star Trek: Year Four (Jornada nas Estrelas: Ano Quatro, em português), uma minissérie de 6 edições, que chega às comic shops americanas agora em julho.

O roteiro é assinado por David Tischman, que também assinou a criação das histórias da minissérie Star Trek – The Next Generation: The Space Between. Já a arte fica a cargo de um novato, Steve Conley, que faz sua estréia nos quadrinhos da franquia Star Trek. A idéia da minissérie é mostrar um pouco mais das aventuras da missão “original” de 5 anos da nave Enterprise e, como o próprio nome diz, estas aventuras seriam do “quarto” ano da missão. Em que pese o fato de muitos fãs considerarem a série animada de Star Trek dos anos 1970 como o “quarto ano” da série, nada impede que sejam mostradas novas aventuras da tripulação que fez a fama de Jornada nas Estrelas. E é nesse período que a nova minissérie da IDW firma seu foco.

A história de saída mostra o encontro da Enterprise com um artefato multiplanetário chamado Strand, construído por uma civilização há muito extinta. Ao se depararem com um brilhante cientista obcecado em obter os segredos da tecnologia do Strand, começam as intrigas que forçam Kirk a colocar sua tripulação e a própria Enterprise em risco para salvaguardar a paz na Galáxia.

Tischman usa de bom humor para definir seu desafio nesta nova minissérie. “Star Trek: Year Four” é o meu Kobayashi Maru”, declara o roteirista, referindo-se ao lendário teste da Academia da Frota Estelar à qual todo candidato a capitão deve enfrentar. Já o desenhista Conley enfatiza que seu colega soube captar toda a essência que fez os personagens da série clássica famosos, e que vai dar tudo de si para corresponder aos esforços do colega. E ele mostra que está dando duro, como mostra a capa da primeira edição, desenhada inteiramente no estilo da série de TV dos anos 1960, o que deve deixar os trekkies de longa data mais do que entusiasmados. Infelizmente, até o momento, não há qualquer previsão deste material ser lançado no Brasil, mas quem sabe o que o futuro nos reserva? Enquanto isso, o jeito é tentar importar as revistas americanas. Então, “dobra 1, acionar”...

ABRIL RELANÇA A “SAGA DO TIO PATINHAS”

Os fãs do pato mais rico do mundo podem comemorar. A Editora Abril acaba de relançar a minissérie que conta a história completa do Tio Patinhas, desde sua infância nas ruas de Glasgow, Escócia, até seu primeiro encontro com seus sobrinhos e o início de um novo período de aventuras familiares. A história do pato mais avarento de Patópolis, e provavelmente, de todo o mundo dos quadrinhos, já havia sido lançada pela editora em 2003, em duas edições em formatinho, como forma de comemorar os 40 anos do gibi do personagem em nosso país, que havia sido lançado nas bancas tupiniquins em 1963. A publicação, contudo, ainda ficou incompleta, pois algum tempo depois, histórias “extras” foram publicadas no título de velho pão-duro completando períodos da história, em que ele conta a Donald e seus sobrinhos suas peripécias para superar as dificuldades vividas na juventude.

Desta vez, a Abril não vai deixar nada de fora. A republicação do material está sendo feita em formato americano, em 3 edições, cada uma com cerca de 148 páginas, ao preço de R$ 14,95, em papel couché, no mesmo estilo da coleção “As Obras Completas de Carl Barks”, que a Abril acaba de lançar a 28ª edição. Com o relançamento em 3 revistas, ao invés das duas originais da primeira impressão, a editora vai incluir as histórias “extras”, e anuncia mais um capítulo inédito, para a felicidade dos leitores. Que outros segredos a história do Tio Patinhas ainda esconde? A republicação deste material é para comemorar os 60 anos de criação do pato quaquilionário, criado por Carl Barks em 1947.

O único ponto negativo desta nova edição é que ela omite totalmente qualquer menção ao artista que concebeu a saga: Keno Don Rosa, considerado o “herdeiro” de Carl Barks, o “Homem dos Patos”, artista que criou a figura do Tio Patinhas, e concebeu a maioria do vasto universo de personagens da cidade de Patópolis, onde todos vivem. O provável motivo, como informa a nota de lançamento no site Universo HQ (www.universohq.com.br), é o processo que rolou entre o artista e a Editora Abril, por causa da publicação da série Mestres Disney, que não teria tido o consentimento do artista para usar seu nome. Por esta razão, a editora teria omitido totalmente seus créditos na concepção da saga, embora a editora tenha negado qualquer problema decorrente por este motivo.

Por causa disso, muitos leitores guardarão com afinco as edições originais de 2003, pois lá há um guia completo do próprio Don Rosa sobre os detalhes de cada história e período abordados nos capítulos. Na nova publicação, há apenas um guia das histórias, no mesmo estilo das que acompanham cada volume da coleção de Carl Barks. Sem desmerecer este guia, a falta das opiniões de Don Rosa certamente empobrece a publicação, mas não é motivo para os amantes dos bons quadrinhos não aproveitarem, para quem não conhece ainda, a história do pato mais rico do mundo.

Comentários, sugestões:

(*) é colaborador autônomo de jornais e revistas especializadas na área de quadrinhos, animação e afins.

   

 
 


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