A cada ano o mercado de quadrinhos nas livrarias vem se consolidando no Brasil e de uma forma bastante diversificada. Várias editoras com produtos bem diferentes, indo de edições de luxo com personagens consagrados a obras inéditas mais autorais e graphic novels.
Um nicho especial se fortaleceu desde 2008, graças à Panini Comics: as publicações (ou republicações) de histórias mais antigas de super-heróis. Coleções como Biblioteca Histórica Marvel, as Crônicas dos personagens DC Comics (Superman, Batman e Lanterna Verde, por enquanto), DC 70 anos (seguida de similares sobre Superman e Batman), além de encadernados diversos.
O conteúdo pode surpreender aqueles que esperam pouco dessas histórias, pensando que os super-heróis passaram por uma “evolução” partindo de ideias simples às mais complexas que surgiram a partir dos anos 80. Afinal, esses personagens não teriam sobrevivido para serem escritos por autores como Alan Moore e Warren Ellis se seus predecessores não lhes dessem a força para cativar gerações de leitores.
Nos Estados Unidos, encadernados com histórias da Era de Ouro e de Prata são sucesso há muito tempo e muitas coleções estão permanentemente no catálogo das editoras. Existem tanto as edições de luxo quanto as mais baratas, tornando as histórias consideradas clássicas desses personagens praticamente tão acessíveis quanto uma edição atual de sua revista.
Os quadrinhos de super-heróis se apóiam muito em seu passado, na forma da sempre citada cronologia. Por isso nada mais natural para a manutenção desse mercado que as histórias que compõem esse passado estejam sempre à disposição dos leitores novos e antigos. A maior familiaridade do leitor americano com a republicação de histórias clássicas, desde a criação do mercado de vendas direto na década de 1980, justifica, em partes, o interesse por personagens e eventos da Era de Prata.
No Brasil, as coleções lançadas pela Panini vieram para criar definitivamente esse segmento já consagrado nos EUA. Para boa parte do público brasileiro, essas histórias são uma total novidade.
Talvez o saudosismo que o fã brasileiro de quadrinhos sentisse fosse diferente do que sentem os americanos. Certamente faltam dados para uma afirmação desse tipo, mas há um consenso que o atual público leitor de quadrinhos, especialmente de super-heróis, do Brasil faz parte da “Geração Abril” e o passado que ela referencia é justamente os bons tempos dessa editora com seus gibis mensais em “formatinho” e algumas edições especiais em formato americano ou álbuns.
Eram meados dos anos 80, época de várias reformulações nos super-heróis (tudo bem que depois disso todo ano era época de reformulação de super-heróis, mas…) e da publicação de materiais alternativos e autorais do mundo todo, a chegada das graphic novels e dos “quadrinhos adultos”. Sem dúvida um conjunto de HQs muito diferente dos super-heróis da Era de Prata.
Se pedissem para apontar qual a “versão” preferida do Superman, os leitores típicos do Brasil e dos EUA certamente dariam respostas diferentes. Talvez os gringos optassem pela versão da Era de Prata, como sugere o sucesso das retomadas de elementos dessa fase pelo roteirista atual do Homem de Aço, Geoff Johns. Por aqui, muito provavelmente os leitores prefiram a versão de John Byrne, não apenas por méritos próprios, mas por fazer parte de um momento dos quadrinhos no país lembrado com carinho pelos fãs.
Hoje em dia, com a internet, é muito fácil descobrir tudo a respeito de um personagem que foi resgatado no enredo de uma nova saga de super-heróis. Mesmo assim, as diversas coleções de histórias clássicas da Panini oferecem muito mais do que esse tipo de informação. São a porta para a obra de vários roteiristas e desenhistas que ajudaram a definir os personagens que hoje são famosos não apenas nos quadrinhos, mas também no cinema e na TV, conquistando um público cada vez maior.
Agora leitores brasileiros tem a chance de descobrir o real valor destas obras, em seleções bem feitas, que mostram o que aqueles personagens tem de melhor. Algumas delas, como as que comemoram 70 anos dos personagens DC, tem preços acessíveis e as demais, lançadas já há algum tempo, podem ser encontradas em eventuais promoções.
Bela matéria, Parabéns!
Infelizmente o que era pra ser motivo de alegria acaba mostrando o óbvio: Desde os anos 90 Marvel e Dc fazem trabalhos tão ruins, material de tão baixa qualidade e deplorável que só estas republicações são boas para se ler, mesmo os fãs mais fanáticos de super heróis a tempos desistiram de tantas sagas sem pé nem cabeça e mortes e ressureições…
Marvel e Dc já eram!
eu discordo do eduardo manzano,quando fala que as gigantes do eua não fazen ,mais grandes historias e so ler por ex. guerra dos aneis da dc.