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Quadrinhos de Humor

Todos os anos, dezenas de comédias de todos os tipos chegam aos cinemas, quase sempre com sucesso garantido. Outras tantas são produzidas nos esquema made for tv, às vezes não tão boas, mas sempre presentes na programação. Entre as séries de televisão, as sitcons são quase a maioria e as que mais seguram o público à medida que as temporadas se estendem.

Então por que será que existem tão poucos quadrinhos de humor ultimamente? Até mesmo nas tiras de jornal, lugar por excelência deste gênero, há muito não se vê nenhuma novidade no ramo. Revistas em quadrinhos ou mesmo graphic novels de humor, nem pensar.

Houve um tempo, antes do surgimento dos heróis de aventura na década de 30, que quadrinhos eram sinônimo de comédia. Tanto que o termo comics passou a designar as HQs nos EUA por causa disso. Naquela época havia todo tipo de humor sendo feito em quadrinhos, de comédias familiares, como Ferdinando, ao humor mais escrachado de personagens como O Gato Félix.

Depois desta inversão do gosto do público, o humor apareceu apenas como tempero de outros gêneros e perdeu muito da sua força. De fato, o super-herói piadista se tornou quase um clichê e alguns personagens conseguem a proeza de dizer um texto de quase uma página enquanto dão um salto de um prédio a outro. Porém, são poucos os autores que decidem fazer do humor a característica principal dos seus trabalhos.

O humor teve uma importância considerável para os quadrinhos underground e na criação da contracultura em geral. Apesar de usar formas muito mais ácidas e agressivas de humor, autores deste segmento debochavam dos mais variados elementos da vida cotidiana para oferecer ao leitor um tipo de catarse diferente. Mas eram poucos os leitores que partilhavam desta visão e se divertiam com este tipo de humor.

Os quadrinhos indie voltaram sua atenção para o cotidiano, mas a maioria preferiu um olhar mais trágico do que cômico. Assim, no ponto em que os quadrinhos mais se aproximaram de temáticas do cinema e dos seriados de televisão, o humor também ficou de fora e os quadrinhistas deixaram de experimentar e aprender um monte de coisas.

Certamente, a pretensão de “amadurecer” os quadrinhos nas últimas décadas contribuiu para colocar o humor em segundo plano. Em meio a tantas obras de temáticas sérias e sombrias, como os quadrinhos de Alan Moore, Frank Miller, Neil Gaiman, Garth Ennis, a maioria dos álbuns europeus e dos autores brasileiros, histórias cômicas parecem “bobas e infantis”. Muitos leitores de mangá ainda estranham a presença de passagens cômicas, em que há inclusive mudança no traço e uso de onomatopéias e expressões específicas para estes momentos.

Assim como no romance de Umberto Eco, O Nome da Rosa, parece que a comédia vem sendo relegada a segundo plano pelos leitores e autores de histórias em quadrinhos, como se o gênero não oferecesse uma leitura mais do que superficial para entretenimento descartável. Sem superar este preconceito sobre as possibilidades e funções do gênero, dificilmente esta imagem irá se inverter.

Hoje, alguns autores estão flertando de novo com temas do alternativo e do indie, como os irmãos Luna, de Ultra- Sete Dias e Girls (inédita no Brasil). Se existe uma esperança para o humor voltar a cair nas graças dos leitores por meio de histórias mais criativas, certamente as opções virão de autores assim. Então, quem sabe, em breve estaremos comentando os próximos gênios do humor em quadrinhos.

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